quarta-feira, 29 de agosto de 2012

UMA HISTÓRIA DE AMOR

Era uma vez uma garota.
Uma garota comum que gostava de música, de sair com amigos, de arte, teatro, cinema, livros e mais um monte de coisas.
Uma garota que teve uma história de vida complicada, que veio de uma família complicada, mas que, apesar de tudo, levava a vida com altos e baixos.

Era uma vez um rapaz.
Um cara comum que gostava de samba, de sair com amigos, de balada e de mais um monte de coisas.
Um cara que veio de uma família bacana, com pessoas felizes e com uma história bem traçada.
Um rapaz que levava a vida e deixava a vida levar.

Os dois, apesar de mundos diferentes, tinham amigos em comum e esses amigos os apresentaram, como quem não quer nada, despretensiosamente.
E aconteceu que os dois se apaixonaram.
Foi tudo muito rápido, quase não dá pra ordenar cronologicamente, de tão rápido.
Longos telefonemas á noite, churrascos, sushi, palitinhos, schweppes, futebol, almoços em família...
Ela mal acreditava no que acontecia, tudo tão depressa e tanta coisa ao mesmo tempo!!!
Casa nova, emprego novo, amor novo, vida nova!!!!
E quando menos esperavam, na verdade nem esperavam nada, um filho!
E tudo mudou!
Medo do novo, insegurança, aprendizado, tantos sentimentos...
Brigaram muito, mas aprenderam muito.
E viram que apesar das diferenças, dos medos, das brigas, se divertiam muito um com o outro.

Amor, eu sei que as vezes não sou exatamente a mulher que você sonhou, que nossa história não é exatamente um conto de fadas, que meus defeitos podem te irritar profundamente...
Sei que as vezes os seus defeitos também me irritam demais, que peco por falta ou excesso, mas saiba que tudo isso é muito pequeno perto do amor que sinto por você e pela nossa família.
É com você que eu escolhi dividir minha vida, é você que eu quero ter do meu lado, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.
É por você que eu abri mão de muita coisa, sabendo que pra você também não foi fácil mudar de vida.
A gente já passou por tanta coisa juntos, que já não lembro mais como é viver sem você.
Eu não preciso dizer, de novo, o quão maluca foi nossa ligação, nem preciso repetir como é importante toda nossa história e como hoje não existe mais um sem o outro, mas faço questão de repetir que te amo!
Sei que somos diferentes e que as vezes essas diferenças nos assustam, mas é tão legal aprendermos um com o outro e ver que a gente pode se completar.
E mais, saber que mesmo assim, temos também muuuitas coisas em comum e que também estamos dispostos a partilhar e a criar afinidades.


E pensar que essa história estava apenas começando.
TE AMO!



sábado, 25 de agosto de 2012

Sacis

Acredito que todo mundo saiba quem ou o que é um saci.
Sim, aquele mesmo, do folclore brasileiro, que usa um gorro vermelho e faz de tudo pra infernar sua vida.
Pois é, eu sou vizinha de uma família inteira de sacis!
A única diferença é que os daqui não usam gorro vermelho e tem as duas pernas (o que permite que eles pulem, corram, usem salto alto 24 horas por dia etc...)
Cabe esclarecer que moro numa casa que tem outra casa na parte de cima, eu moro na casa de baixo e os sacis na parte de cima.
Os sacis tem como hábito falar alto, muuuito alto, inclusive de madrugada, ouvem música ruim, sujam tudo por onde passam, brigam muito, arrastam os pés e os móveis e tudo mais que possa fazer bastante barulho, andam de salto alto o tempo todo e nunca fecham os portões e portas por onde passam, quando tentam fazê-lo, só conseguem bater tudo e fazer ainda mais barulho.
Os sacis, além de tudo, falam um dialeto próprio, algo entre hebraico e aramaico com um leve sotaque finlândes talvez, o que não me permite muito diálogo.
Os sacis também se reproduzem com muita facilidade, tipo "Gremlins" sabe, pois é, o que faz com que cerca de 55% de sua população seja de crianças(que choram e gritam o tempo todo) ou jovens, e esses, por sua vez, tem um odor peculiar, algo bem doce, mas beeem doce, o que tem um poder de fazer qualquer pessoa normal espirrar quando se aproxima, deve ser algum mecanismo de defesa eu acho, e em ambos os exemplares, tem vozes extramamente desagradáveis e estridentes, talvez mais uma forma de se defender de seus predadores...
Cabe dizer que eu gosto muito de crianças, mas os sacis infantes não podem ser apenas crianças comuns, elas correm esbarrando em tudo, soltam uma gosma nojenta do nariz, cospem no chão e nas paredes e, como se não fosse o bastante são uma espécie de espiões do saci mor, sim, os pequenos sacizinhos não perdem uma oportunidade de bisbilhotar sua vida.
Algumas vezes me deparei com alguns espécimes me olhando com um olhar meio débil como se tivessem tentando ler meus pensamentos ou algo do tipo, sem falar no dia que eu me mudei, estava arrumando caixas e malas num dos cômodos e de repente um saci se materializou ali, bem do meu lado, dentro da minha casa!!!
Além disso, um dos sacizinhos daqui é a Samara do "O Chamado", o que já me rendeu alguns sustos.
Comem muito, e tem uma dieta bastante exótica, que não cabe minuciar aqui.
Sacis também cantam... mal.
Pois é, esses são os sacis e eu tenho o karma, de ter essa espécie tão peculiar como vizinhos, espécie essa que, infelizmente, não estão em extinção...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.

Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.

Você não é Nossa Senhora.

Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias.

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas..

Voltar a estudar.

Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora
Meu filho acabou de dormir, estou num raro, raríssimo aliás, momento de bobeira, já que meu marido foi jogar bola.
Acabei ligando a tv na tentativa de assistir algo que não seja galinha pintadinha, cocoricó ou qq coisa assim...
Bom, está passando horário político e, assistindo a "isso", tenho cada vez mais convicção de que a humanidade não deu certo...
Sério, o intuito "disso" é informar a população quanto aos candidatos das próximas eleições e esclarecer quanto á propostas e idéias??? humpf!
Bahhh! bobagem.
Eu sou a favor do voto facultativo e não adianta vir com o papo de que o voto livre foi conseguido com muita luta, que é uma vitória e blá, blá, blá, pq eu não to a fins de discutir isso...
E também sou a favor do fim do horário político obrigatório...de verdade, pq tentar obrigar as pessoas á assistirem a algo que é mais motivo de chacota do que informação de fato.
Obrigar as pessoas á assistirem ballet, ouvirem clássicos da música brasileira, lerem bons autores ou entenderem de arte ninguém quer neh?!
Quem pode levar á sério eleições onde vemos candidatos que estão ai só por capricho ou graça?
Ou será uma forma elevada de protesto e só eu não vi?
Deve ser pq tenho assistido muito galinha pintadinha, cocoricó e coisas assim... e quer saber?, to quase achando que tá valendo mais a pena...
E dai que eu não sou a mais linda, a mais inteligente, a mais"antenada", a mais moderna, a mais MAIS...
Também não sou a mais meiga, a mais educada, a mais simpática...e também não faço questão de ser nada disso...
Prefiro ser assim...eu mesma, do jeitinho que sou.
E sendo assim, desse jeito mesmo, tenho muito do que me orgulhar.
Loucura? Insanidade?
Pode ser, mas quer saber?
Nem ligo.
Já pensei a respeito, já pensei em mudar, até mudei com o tempo, mas e essência, esta ainda está lá...
Sempre procuro ser e fazer o meu melhor, mesmo que, por vezes, ache tão complicado...
Toda essa loucura e insanidade tem seu charme e eu...vou seguindo com o meu próprio charme...mesmo que isso não agrade a todos, já me agrada saber, que é agradável á poucos...